Vias Excretoras
Calicilar
São relativamente raras e a maioria é bem tolerável.
É importante o diagnóstico correto para o tratamento
adequado.
Divertículo
calicilar
É uma cavidade arredondada dentro do parênquima, com
urotélio e comunicando-se através de um orifício
muito estreito com o cálice. Geralmente é único,
unilateral e no cálice superior (70% dos casos). Normalmente
é assintomático, podendo complicar´se com calculose.
O tratamento atual é com cirurgia percutânea, podendo
optar-se por nefrectomia parcial.
Urografia excretora
Divertículo calicilar rim esquerdo
Hidrocalicose
É a dilatação de um cálice ou de um
grupo de cálices, sendo a mais conhecida a compressão
do cálice superior por ramo arterial (Síndrome de
Fraley). Na grande maioria dos casos é um achado e não
necessita de tratamento.
Megacalicose
Descrita por Puigvert, esta patologia é caracterizada por
uma hipoplasia congênita da pirâmide de Malpighi. Afeta
pouco a morfologia externa do rim; porém, os cálices
são mais numerosos e mais largos, assim como os infundíbulos
são mais curtos e largos. É uma patologia muito rara.
Encontra-se presente unilateral em 80% dos casos e predomina no
sexo masculino. Não é uma doença obstrutiva
e não necessita de tratamento cirúrgico, como a estenose
de junção pielo-ureteral.
Urografia excretora
Megacalicose do rim esquerdo
Cálice
extra-renal e cálice único
Patologias raríssimas, com poucos casos descritos. Sem interesse
prático.
Pélvis
A morfologia da pélvis ou bacinete é muito variável,
podendo ser pequeno, totalmente intra-sinusal ou largo e ampolar,
totalmente extra-sinusal. A anomalia mais importante da pélvis
renal é a obstrução da junção
uretero-piélica (JUP).
Estenose
de Junção Uretero-Piélica (JUP)
O termo hidronefrose, que sempre foi utilizado como sinônimo
de estenose de JUP, agora é genérico; pois, existem
casos de hidronefrose por outras causas, sendo melhor denominarmos
Anomalia da JUP. Ela tem várias etiologias:
Estenose funcional
Representa mais de 50% dos casos, onde encontramos uma verdadeira
estenose orgânica; porém, a avaliação
radioisotópica demonstra o processo obstrutivo.
Estenose fibrosa
Ocorre em 20% dos casos, podendo ser conseqüência de
calculose ou de cirurgia prévia.
Inserção alta do ureter
É mais rara; porém existe, assim como válvula
de ureter, pólipo, dobras, etc...
Vaso anômalo
Encontrado em cerca de 20% dos casos. É um pedículo
polar que cruza a JUP, determinando a estenose.
Estenose JUP
direita a urografia e após retirada do rim
Urografia Ultra-som
Cintilografia
Ureter
Megaureter
É um termo genérico para caracterizar um ureter muito
dilatado, em sua totalidade ou parcialmente. Vários sinônimos,
como: ureter dilatado, hidroureter, etc... não conseguem
definir esta entidade patológica que tem etiologias variadas.
Urografia excretora
Megaureter à esquerda
Os autores Williams e Tanagho propõem
reservar o termo megaureter, para uma entidade patológica
muito bem definida, que seria devida a uma dilatação
congênita do ureter em decorrência de um segmento terminal
obstrutivo, macroscopicamente normal, com bexiga normal e sem obstrução
vésico-uretral.
O diagnóstico no passado era realizado quando a criança
apresentava um quadro clínico , com infecção
e dor, às vezes associada a hematúria e uremia. Com
o advento do ultra-som houve um aumento na detecção
do megaureter, devido a avaliação intra-útero.
Confirmando-se o diagnóstico, após o nascimento, devemos
realizar uma radiografia da bexiga – a uretrocistografia.
Outros exames, como a cintilografia podem ser necessários.
O megaureter tem sido classificado em 3 tipos, dependendo de sua
dilatação:
Tipo I Tipo
II Tipo III
Na prática,
devemos considerar se existe ou não o refluxo associado.
Temos então megaureter obstrutivo e o refluxivo.
O tratamento deve ser indicado sempre que houver infecção
urinária ou lesão renal. A cirurgia ideal é
discutível; porém, a que mais utilizamos é
a técnica de Hendren, com ressecção do segmento
distal e modelagem da porção dilatada terminal. O
reimplante ureteral na bexiga deve ser realizado com um túnel
longo e para isto associamos à técnica de Hendren
a Bexiga Psoica.
Técnica
de redução do calibre ureteral
Técnica de bexiga psoica
Uretrocistografia
Urografia
Duplicidade
Pielo-calicilar
Entende-se por duplicidade ureteral a existência de duas vias
excretoras superiores homolaterais independentes. Usa-se às
vezes o termo duplicidade incompleta, mas o correto é bifidez.
Bifidez
A bifidez resulta de uma divisão um pouco precoce do broto
ureteral único. O ponto de união dos dois ureteres
pode ocasionar problemas estenóticos ou refluxo em “yo-yo”
Duplicidade
A grande maioria dos pacientes portadores de duplicidade são
assintomáticos. Porém outros são acometidos
de quadros importantes de infecção urinária.
O tipo de complicação irá depender fundamentalmente
da maneira como o ureter implanta-se na bexiga.
Refluxo
O ureter da unidade inferior é o que tem o trajeto mais
curto e portanto é o mais susceptível de sofrer
com refluxo vésico-ureteral. O tratamento geralmente é
cirúrgico; pois, como o túnel é muito curto,
a chance de correção espontânea é muito
pequena.
Esquema demonstrando
refluxo
da unidade inferior da duplicidade
Megaureter
Aqui ocorre o inverso; pois, como o túnel da unidade superior
é maior, pode-se desenvolver um processo estenótico
que levará a uma dilatação de todo o sistema
excretor superior. O tratamento dependerá da existência
de função na unidade superior, para que se possa
realizar uma cirurgia conservadora ou então, a heminefrectomia
superior.
Esquema demonstrando
megaureter obstrutivo da
unidade superior da duplicidade
Ectopia
Ureteral
Define-se ectopia ureteral como sendo a implantação
do ureter fora do seu local na bexiga ou fora dela. É cinco
vezes mais freqüente no sexo feminino e em 75% dos casos está
associado à duplicidade ureteral.
As diferentes
localizações de implante ureteral ectópico
na mulher
A história é mais ou
menos típica, com perdas urinárias constantes; porém,
com micções normais. Isto ocorre porque o ureter normal
desenboca na bexiga. A avaliação é feita pelo
exame físico, por imagem e pelo exame endoscópico
chegamos ao diagnóstico e o tratamento é sempre cirúrgico.
Ureterocele
É uma dilatação da porção terminal
do ureter. No adulto geralmente é diagnosticada por ocasião
de cólicas ou quadro infeccioso; sendo geralmente encontrada
em unidade simples. Na maioria das vezes resolve-se com tratamento
endoscópico.
Representação
de uma ureterocele intravesical |
Ureterocele intravesical
bilateral |
Na criança a ureterocele é
muito mais complexa, geralmente em duplicidade, podendo ser tópica
ou ectópica extravesical.
Representação
esquemáticade uma ureterocele ectópica
Quando a ureterocele está
associada à duplicidade, em 80% dos casos ela é ectópica.
O tratamento das ureteroceles ectópicas é muito complexo,
devido à complexidade da patologia, podendo ser um tratamento
local, indo até a heminefrectomia. Cada caso deve ser avaliado
individualmente.
Urografia
Ureter
Retro-cava
É extremamente raro e deve ser citado como curiosidade. O
ureter direito tem o seu trajeto lombar alterado, passando por trás
da veia cava. Quando apresenta complicação calculosa
ou infecciosa o tratamento é cirúrgico.
Esquema de
um ureter retro-cava
VC = veia cava
A = aorta
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