Disfunção
Erétil
1. Definição:
Disfunção erétil é a incapacidade de
obter ou manter uma ereção suficiente para uma relação
sexual satisfatória.
Sua freqüência aumenta com a idade, atingindo 25 % dos
homens aos 65 anos.
2. Ereção Normal:
A ereção é bastante complexa, dependendo de
uma interação de vários sistemas: hormonal
(hormônios), neurológico (nervos) e vascular (artérias
e veias), além do componente emocional. A ereção
ocorre devido ao enchimento do pênis com sangue tornando-o
rígido.
Qualquer alteração de um ou mais destes mecanismos
poderá levar ao aparecimento da disfunção erétil.
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3. Causas de Disfunção
Erétil:
Podem ser orgânicas ou psicogênicas.
Principais causas orgânicas: doenças vasculares (ex:
arteriosclerose), diabetes, cirurgias pélvicas radicais,
traumas da coluna, medicamentos, álcool e drogas. O fumo
também pode atrapalhar o processo de ereção.
Aproximadamente 80 % dos casos de disfunção erétil
são de causa orgânica.
Principais causas psicogênicas: ansiedade, depressão,
tensão, stress, problemas no relacionamento do casal e medo
de falha no ato sexual.
Em muitos casos ambos os fatores agem simultaneamente no aparecimento
ou manutenção do quadro da disfunção.
4. Diagnóstico:
A avaliação é individualizada, podendo ser
diferente em cada caso.
O primeiro objetivo da investigação diagnóstica
é a distinção entre impotência orgânica
e psicogênica.
Listamos abaixo a seqüência de investigação
utilizada em nosso serviço:
História e Exame Físico: Dados sobre a atividade sexual
passada e atual do paciente, data do inicio dos sintomas, progressão,
presença ou ausência de ereções noturnas,
ereção masturbatória, relacionamento conjugal,
doenças anteriores e seus tratamentos ou cirurgias, medicamentos
em uso.
Realiza-se um exame físico geral, incluindo genitais, onde
se pesquisam sinais de doenças que poderiam ocasionar a disfunção
erétil.
Exames Laboratoriais: São solicitados exames laboratoriais,
como: glicemia, testosterona, prolactina e outros que o médico
julgue necessários em cada caso.
Avaliação Psicológica: Sempre é importante
uma avaliação psicológica inicial independente
da causa da disfunção.
Teste de Ereção Fármaco-Induzida: Consiste
em aplicar uma injeção no pênis que provocará
ereção independente da vontade do paciente. Dependendo
da qualidade da ereção, do tempo de demora para ela
aparecer e desaparecer, podem ser obtidas informações
importantes sobre o funcionamento peniano, as causas da disfunção
erétil e seu tratamento.
Avaliação Vascular: O raio X ou eco-doppler das artérias
penianas estão indicados apenas em uma pequena parcela dos
pacientes.
Outros Exames: Podem ser necessários em casos selecionados,
sendo infreqüente sua utilização.
5. Tratamento:
Psicoterapia:
Está indicada nos casos psicogênicos e como tratamento
auxiliar nos casos orgânicos.
Medicação Oral:
Atualmente são duas as drogas orais mais utilizadas para
o tratamento da disfunção erétil: Sildenafil
(Viagra) e Apomorfina (Uprima).
O Sildenafil pode ser utilizado por quase todos os pacientes, com
exceção dos cardiopatas que fazem uso de medicações
á base de nitrato. Seus efeitos colaterais são leves
e pouco freqüentes, sendo os mais comuns: dor de cabeça,
rubor facial, náusea e congestão nasal.
A Apomorfina é de uso sublingual não apresentando
contra-indicações para seu uso. Os efeitos colaterais
mais freqüentes foram: dor de cabeça, náusea
e tontura.
A Fentolamina e Yoimbina também podem ser utilizados na forma
oral, apesar de seu efeito ser menos intenso. Têm indicação
nos casos orgânicos leves e psicogênicos.
O uso de hormônios somente está indicado nos casos
comprovados de deficiência hormonal.
Injeção Intracavernosa:
Utilizada quando a medicação oral falhou ou está
contra-indicada.
Consiste na aplicação de uma injeção
no pênis pelo próprio paciente. Sua principal complicação
é uma ereção muito prolongada (acima de 4 horas),
necessitando drenagem do sangue do pênis.
Supositório Uretral:
Consiste na colocação de um pequeno supositório
de prostaglandina dentro da porção inicial da uretra.
Sua grande vantagem é a facilidade de uso, mas pode causar
irritação uretral ou vaginal.
Vacuoterapia:
É a aplicação de um aparelho de vácuo
que promove o enchimento peniano por sucção. Fornece
uma ereção menos rígida que a obtida por outros
métodos, e pode ser mantida por no máximo 30 minutos.
Prótese Peniana:
Está indicada na falha de outros tratamentos. O modelo mais
utilizado no Brasil consiste em 2 cilindros de silicone com uma
haste metálica flexível no centro. Sua colocação
pode ser realizada até com anestesia local e sua principal
complicação é a infecção, que
pode levar a retirada da prótese. A principal desvantagem
da prótese é que após sua colocação
não é possível usar qualquer outro tipo de
tratamento, mesmo após sua retirada.
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